Carlos Evandro Teixeira, ex-líder de manutenção da fábrica de explosivos Enaex Brasil em Quatro Barras, foi demitido um dia antes da explosão que matou nove pessoas e feriu sete, na terça-feira (12). Morador de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, ele relembrou a rotina da fábrica, na qual a oração fazia parte das trocas de turno. A delegada responsável pela investigação confirmou que os funcionários se reuniram em oração minutos antes do acidente.
Carlos relatou que ficou preocupado após a demissão, pois sua esposa está grávida, e sentiu que Deus o protegeu diante da tragédia. Ele descreveu que, antes do início da produção, havia um Diálogo Diário de Segurança (DDS) de 10 a 15 minutos, onde se discutiam procedimentos de segurança, seguido por uma oração, geralmente um Pai Nosso, agradecendo pelo dia e pedindo proteção para o próximo.
O ex-funcionário informou que o setor onde ocorreu a explosão havia passado por modernização com máquinas automatizadas e que o explosivo envolvido era muito potente. A explosão destruiu uma área de 25 metros quadrados e deixou uma cratera no local onde os operadores estavam.
O acidente ocorreu por volta das 5h50, quando materiais explosivos estavam sendo preparados para transporte. Ainda não há informações sobre a causa da explosão. Segundo Hudson Teixeira, secretário de segurança pública do Paraná, a força da explosão fragmentou os corpos das vítimas, exigindo exame de DNA para identificação.
Na noite de quarta-feira (13), os governos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina confirmaram apoio à Polícia Científica do Paraná para acelerar a identificação, reduzindo o prazo de 30 para 10 dias.
Fonte: G1 PR e RPC
