A fita cassete: mais do que um invento, um legado emocional que marcou gerações
Portal Rio Branco do Sul
“Eu não inventei uma cassete… inventei uma maneira de carregar suas músicas favoritas no bolso e sua história em cada lado A e B.” A frase é de Lou Ottens, o engenheiro holandês por trás da criação da fita cassete — um ícone que revolucionou a forma como nos conectamos com a música e com as nossas próprias emoções.
Em uma época em que ouvir música era privilégio de poucos, Ottens sonhava com algo mais acessível. Queria que qualquer pessoa pudesse montar sua própria trilha sonora, gravar um momento, um amor ou uma despedida. Assim nasceu a cassete: uma pequena caixa de plástico que, mais do que músicas, carregava histórias, sentimentos e revoluções silenciosas.
Foi mais que uma invenção. Foi o começo de uma era em que o poder de escolha saía das mãos das grandes editoras e ia direto para o bolso do ouvinte. Com ela, vieram as mixtapes — aquelas seleções feitas com carinho, que diziam “eu te amo” ou “vou sentir saudade” sem precisar de palavras.
Quantas memórias cabem em uma fita? Milhões. De um “sinto sua falta” sussurrado em uma faixa lenta, até um “te espero na esquina” embalado por um som animado. A cassete não falava, mas dizia tudo. E mesmo com o tempo trazendo CDs, MP3 e streaming, nenhuma tecnologia substituiu o sentimento de rebobinar com um lápis e esperar aquele “clique” final.
Hoje, chamamos de nostalgia. Lou Ottens chamava de legado. E com razão: quando se cria algo que conecta as pessoas às suas emoções mais profundas, isso não envelhece — se eterniza.
“Eu não fiz um objeto… fiz uma emoção que girava a 4,75 cm por segundo.”
Porque, às vezes, a coisa mais simples… é o que mais fica.
